segunda-feira, 9 de novembro de 2009

dois contos...

Um menino que tinha um segredo

Certa vez, um homem pediu a um menino uma Flor….e uma Borboleta.
Esse menino disse: “Dou-te um cacto….e uma lagarta.”
O Homem ficou triste pois não entendeu porque o menino não lhe deu o que ele queria.
Porém, resolveu não questionar e aceitou o cacto e a lagarta.
Passado uns tempos , para sua surpresa, do espinho e feio cacto havia nascido a mais bela das flores, e a horrível lagarta transformara-se em uma belíssima borboleta.
O menino foi ter com o homem e disse: “Mesmo que aos nossos olhos pareça estar tudo errado, quando menos esperamos, com paciência e com o dom de saber esperar, as coisas acontecem. Se você pediu uma coisa e recebeu outra confie. Tenha a certeza de que se pediu uma coisa e recebeu outra tem uma razão….nem sempre o que você deseja é o que você precisa. Siga em frente sem murmurar ou duvidar.”
O homem surpreso e emocionado disse: “ sim, entendi, o espinho de hoje….será a flor de amanhã.”
Ao seguir o seu caminho, virou-se para trás e perguntou: “Menino como é que te chamas?”

E o menino disse: “olha para dentro de ti.....tu sabes”…


“A Menina Sem Nome”

Uma pequena menina que passeava pela floresta, entre árvores gigantes, sombras, raios de sol e vários animais que na floresta moravam.
O céu está mais azul mas a menina não vê, as árvores dizem-lhe que está escuro lá fora e os anjos esperam que a menina adormeça.
Mas a menina não quer. Ela é uma menina que não sabe o seu nome e procura-o sem se cansar. Anda passo a passo e a cada passo, um caminho que percorre com a esperança que no final deste, saiba o seu nome. Dizem-lhe que é por não ter nome que tem um caminho para percorrer e assim ninguém a vai esquecer.
Olha á volta e tudo lhe parece tão grande, tão alto….até que alguém se aproxima dela. Uma formiguinha muito apresada e ansiosa diz-lhe: “Eu sou tua amiga menina sem nome. Vem comigo, deixa que a tua amizade goze da graciosa liberdade deste caminho no meio da floresta. Quando sentires o vento forte e a soprar contra ti, não tenhas medo. Eu vou contigo, sou tua amiga e á noite a estrela mais brilhante do céu e uma outra amiga irão até ao teu encontro. Guiar-te-ão de noite e não te faltaram companheiros de viagem. A amizade levar-te-á a um lago nunca antes sonhado.”
A menina decide então “embrulhar-se” nesta nova amiga e ir com ela….mas ela….ela é muito ansiosa, irrequieta e quer me ajudar muito depressa. Digo-lhe que preciso de descansar, a noite aproxima-se e a menina sem nome quer dormir. Aninha-se, então, nas raízes enormes de uma das milhares árvores da floresta e tapa-se com as folhas desta caídas.
Depois de um sono profundo a menina sem nome acorda. Ainda não é bem, bem dia quando olha para cima e num dos ramos da árvore vê uma Coruja. Esta aproxima-se dela e diz: “ Olá menina sem nome, eu também sou tua amiga, estou aqui para te guiar até ao Lago. Mas para isso, tens de te lançar na aventura da amizade.”
Disse-lhe ainda que quando se vê nos olhos de um amigo consegue descobrir-se a si mesma numa espécie de nova criação.
A menina abraçou a Coruja e esta, num sussurro, disse-lhe_ “O toque entre amigos é sagrado, pois faz a ligação entre o corpo e a alma.”
Preparou-se então para caminhar em direcção ao Lago, guiada pela sua nova amiga.
Passo a passo, no caminho a Coruja pisca-lhe o olho e a menina entende. Começa a nascer o dia, o sol torna-se agora a luz da floresta, os raios entram na floresta sem perguntar e fazem das sombras a minha companhia. A estrelinha mais brilhante do céu também foi….dormir, pensa a menina sem nome.
Á mediada que percorre o caminho sente que está a chegar ao fim.
Á sua frente está o Lago. Sabia que este lhe iria dizer o seu nome. Estava ansiosa mas também com medo. Quando olha á sua volta estava lá: as sombras que os raios de sol lhe ofereceram, a estrelinha a piscar, a Formiguinha sorrir e aos pulos, e por último a Coruja acompanhá-la.
Sentia ao mesmo tempo uma tristeza pois sabia que quando tivesse nome não os iria ter mais perto de si.
A Formiguinha disse-lhe: “Aceita a partida de um amigo com naturalidade. As despedidas permitem novos começos e novas experiências. Terás mais a dar-nos quando nos voltarmos a encontrar”.
Antes de olhar para o Lago a Coruja ainda lhe disse: “Deixa que o esplendor da nossa amizade se espalhe sobre cada uma de nós, como a luz através de um prisma. Juntas faremos um arco-íris que, de contrário, o mundo não chegaria a conhecer.
A menina sem nome olha então para o Lago e num profundo som, quase imperceptível ouve:
“Matilde…..matiiiilde…..óh matiiiilde”
Olha para cima….vê a sua mãe….
Baixinho ela diz:” Acorda filha… esta na hora de ires para a escola”…